segunda-feira, 16 de novembro de 2009

a origem do amor

No dia em que Afrodite nasceu, os deuses participavam de um banquete; entre eles estava Ardil, filho da Invenção. Depois do jantar, vendo que se festejava, a Pobreza veio mendigar e parou diante da porta. Ardil estava bêbado de néctar – vinho posso dizer, ainda não havia sido descoberto – e saiu para o jardim de Zeus, e adormeceu. Então Pobreza, pensando aliviar sua triste condição se tivesse um filho de Ardil, deitou-se com ele e concebeu Amor. Como Amor foi concebido no dia do aniversário de Afrodite, e como ele também possuía uma paixão inata pela beleza de Afrodite, tornou-se seu servo. Mais uma vez, tendo Ardil como pai e Pobreza como sua mãe, é este o seu caráter. Ele é sempre pobre e longe de ser sensível e belo, como a maioria das pessoas imagina, ele é duro e curtido pelo tempo, descalço e sem teto, sempre dormindo ao relento por falta de uma cama, no chão, na soleira das portas e na rua. Até aí ele se parece com a mãe e vive necessitado. Mas também sendo o filho de seu pai, ele trama para conseguir para si tudo que for belo e bom; ele é corajoso, direto e persistente, sempre inventando truques como um ardiloso caçador.”

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